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Especialista em Gêneros Textuais pela UNIPLI. Professora de Língua Portuguesa e Literaturas em pré-vestibulares desde 2009. Cursando Pedagogia.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CRÔNICA

DE QUEM É A CULPA?

Hoje aconteceu um fato que me trouxe a seguinte pergunta: de quem é a culpa? Foi apenas um papel de bala jogado no chão. Depois da indagação, veio a resposta: Ah! É apenas um papelzinho... Pensemos: um papelzinho de bala tão pequeno, tão insignificante fará algum mal? A mim? Ao chão? À cidade? Claro que não! Mas multipliquemos esse papelzinho por milhares dele... Meus Deus! Será que agora há um problema?
Bom, falar sobre jogar lixo na rua já virou discurso banalizado. Todo mundo sabe que é errado, que é uma questão de educação, que tal ato contribui para as grandes ruas alagadas, em épocas de chuvas fortes, mas continuam todos jogando. E nem param para pensar que o problema não é só o lixo e sim o ato de jogar.
Para piorar, muitas pessoas já possuem a justificativa pronta na hora que é interpelada: “Ah! Eu não vou mudar o mundo!”; “Todo mundo joga”; “não há lixeira perto”; em outras palavras: “A culpa não é minha”... A culpa é sempre do outro, do alvo, da fuga. Claro culpar o outro é muito mais fácil, afinal temos sempre uma justificativa para tudo.
Semana passada eu ouvi a seguinte frase: “Culpa de Eva que ofereceu o fruto a Adão”. Refleti sobre a frase. Culpa de Eva... Culpa de Eva... Mas e eu nessa história? Por que aceitei o fruto? Uma mãe grita, bate, tortura um filho. A defesa, segundo alguns psicólogos, é: ela não recebeu amor, não sabe amar, a culpa não é dela, foi abandonada pelos pais ou têm problemas psíquicos. Um adolescente aceita a droga oferecida pelo “amigo”. Ao se deparar no fundo do poço, diz: Se meus pais me dessem atenção, eu não teria entrado nessa; os pais dizem: Se aquele “amigo” não tivesse oferecido, meu filho não teria sequer experimentado. E mais uma vez a culpa é de Eva que ofereceu o fruto... Agora pergunto: Por que Adão aceitou? Por que ele comeu? Por que aquela mulher não tentou fazer diferente? Por que o adolescente não disse: NÃO!?
Vivemos uma era cadenciada, em que todos cometem os mesmos erros e culpam sempre uns aos outros. Passar a bola adiante é melhor do que segurá-la e carregá-la até que possamos aprender alguma coisa. Enfim, a culpa é do pai ausente, da mãe estressada, do chefe aproveitador, do salário miserável, do governo corrupto... do outro, de Eva, de Deus! Afinal, de quem é a culpa??!! A resposta? De quem jogou o papel no chão!

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